Semana retrasada, um estudo publicado na Jama Pediatrics com 12.554 pessoas revelou um número de prevalência de autismo entre crianças e adolescentes nos Estados Unidos de 1 autista a cada 30 crianças e adolescentes entre 3 e 17 anos naquele país, com dados de 2019 e 2020. Anteriormente a prevalência era de 1 em 44, divulgado em dezembro de 2021 pelo CDC (sigla em inglês do Centro de Controle de Doenças e Prevenção do governo dos EUA), com dados referentes a 2018.
Entenda um pouco mais com os dados sobre as crianças autistas
Usando dados nacionalmente representativos nos EUA, a prevalência estimada de indivíduos autistas foi de 3,14% entre crianças e adolescentes nos EUA em 2019 e 2020. Esse achado foi maior do que a prevalência relatada do NHIS em 2014 a 2016 (2,47%),2 Autismo e Rede de Acompanhamento de Deficiências do Desenvolvimento em 2018 (2,30%)4 e Pesquisa Nacional de Saúde da Criança em 2016 (2,50%).3 A prevalência estimada também foi superior à relatada em outros países e áreas geográficas em anos anteriores. Chiarotti e Venerosi revisaram as estimativas de prevalência de TEA publicadas desde 2014, que variaram de 0,42% a 3,13% na Europa, 0,11% a 1,53% no Oriente Médio e 1,41% a 2,52% na Austrália.
A prevalência de TEA é maior em meninos do que em meninas, e uma diferença significativa foi encontrada em crianças com diferentes níveis econômicos familiares neste estudo. Descobrimos que a prevalência de TEA aumentou de 2014 a 2016, diminuiu de 2016 a 2017 e aumentou novamente de 2017 a 2020.
Os pesquisadores usaram dados da National Health Interview Survey (pesquisa realizada anualmente pelo CDC) para mostrar que o número de diagnósticos de transtorno do espectro do autismo (TEA) em crianças e adolescentes estadunidenses tem aumentado desde o início das pesquisas. A diferença é que o CDC avalia crianças de 8 anos enquanto, neste estudo, publicado em 5 de julho de 2022, foram considerados indivíduos de 3 a 17 anos. A prevalência em 2019 foi de 1 em 35; em 2020, 1 em 28. Considerando-se os dois anos, o número final foi de 410 autista em 12.554 indivíduos, ou seja, 1 em 30.
Nos Estados Unidos, os meninos continuam sendo a maioria no número dos diagnósticos, porém, o número era de 4 para 1 (4 meninos para cada menina, tendo como base os estudos anteriores, e neste estudo é possível observar uma tendência de queda para 3,55 para 1 — dos 410 diagnósticos avaliados no estudo, foram 320 homens para 90 mulheres.
O número de diagnósticos de crianças e adultos autistas tem crescido nos últimos anos, especialmente pelo aumento do diagnóstico tardio, que até apouco tempo não era feito mesmo por especialistas e psicólogos. Alguns adultos que recebem o diagnóstico tardio encontram maneiras de lidar e se tornam resilientes diante da discriminação e dos estereótipos. Mas alguns enfrentam batalhas diárias e ao longo da vida para lidar com o seu dia a dia.
Elas também podem encontrar dificuldades como conseguir um emprego, conhecer novas pessoas e manter as relações pessoais como amizades ou relacionamentos amorosos. Para evitar o diagnóstico tardio, é muito importante que os pais prestem atenção no desenvolvimento de seus filhos. Uma vez que os principais sintomas do Transtorno são sinais de atraso na linguagem, comunicação, interação social e interesses restritos e repetitivos.