Burnout parental: 4 dicas para cuidadores cansados

Burnout parental: síndrome de exaustão emocional

Criar um ser humano não é uma tarefa fácil, e quando falamos em crianças neuroatípicas o desafio se torna ainda maior. Estereotipias, hipersensibilidades, seletividade alimentar, terapias e tantas outras experiências passam a fazer parte da vida de pais e cuidadores que muitas vezes ainda estavam aprendendo a como criarem suas crianças. Tudo isso somado aos demais desafios do cotidiano pode levar a um esgotamento emocional e físico, conhecido como burnout parental. Mas o que seria isso?

O que é o burnout parental?

O burnout parental é uma síndrome de exaustão emocional, despersonalização e diminuição do desempenho no trabalho. É uma condição que pode afetar qualquer pai, mãe, familiar ou cuidador que esteja sobrecarregado com as demandas e responsabilidades parentais. Essa sobrecarga pode ser particularmente ainda mais desafiadora para aqueles que cuidam de crianças com autismo. Isso ocorre porque as crianças no espectro requerem cuidados mais intensivos e especializados, o que pode aumentar o estresse e a exaustão dos pais.

Quais são os sintomas do burnout parental?

Os sintomas do burnout parental em pais de crianças com autismo podem incluir:

  • exaustão física e mental, 
  • isolamento social, 
  • falta de motivação, 
  • sentimentos de desesperança e desamparo, 
  • problemas de saúde física e emocional. 

Além disso, os pais de crianças com autismo podem sentir uma pressão adicional para atender às necessidades específicas de seus filhos e podem enfrentar dificuldades para encontrar apoio adequado e recursos.

Sabendo que esta é a realidade de muitos cuidadores, é importante falar sobre a prevenção, evitando que o estresse e cansaço natural do cotidiano evoluam para um quadro de burnout. 

Para prevenir e tratar o burnout parental em familiares e cuidadores de crianças com autismo, é importante que eles tenham acesso a recursos e suporte adequados. Isso pode incluir terapias de apoio à família, aulas de treinamento sobre autismo, grupos de suporte para pais e acesso a cuidadores profissionais que possam ajudar a aliviar o fardo dos cuidados. Os pais também podem se beneficiar de técnicas de gerenciamento de estresse, como exercícios de respiração profunda, meditação e práticas de mindfulness.

4 dicas para combater o burnout

Aqui vão algumas dicas práticas que podem ajudar a aliviar os sintomas do burnout parental e prevenir o esgotamento emocional dos cuidadores:

1. Busque apoio emocional: 

Encontrar apoio emocional pode ser especialmente importante para pais de crianças com TEA. Isso pode incluir buscar aconselhamento ou terapia individual ou em grupo ou se conectar com outros pais e cuidadores em sua comunidade que compartilham experiências semelhantes.

2. Estabeleça uma rotina consistente: 

Crianças com autismo costumam se beneficiar de rotinas previsíveis e consistentes. Estabelecer uma rotina clara e consistente para o seu filho pode ajudar a reduzir o estresse para ambos. Tente manter horários regulares para as refeições, sono e atividades diárias.

3. Tire um tempo para si mesmo: 

É importante que os cuidadores encontrem tempo para si mesmos para relaxar e se recarregar. Isso pode incluir fazer uma pausa durante o dia para meditar ou fazer uma atividade relaxante, ou reservar um tempo para fazer algo que lhe dê prazer, como um hobby ou um esporte.

4. Esteja aberto a mudanças: 

As necessidades de crianças no espectro podem mudar ao longo do tempo, então esteja aberto a ajustar a rotina e as expectativas à medida que a criança cresce e se desenvolve. Trabalhe com profissionais de saúde e educadores para garantir que seu filho esteja recebendo o melhor suporte possível e que você esteja recebendo o suporte que precisa como cuidador

Além disso, é importante que os pais de crianças com autismo sejam gentis consigo mesmos e reconheçam que estão fazendo o melhor que podem. Ao se concentrar no autocuidado e na busca de apoio adequado, os pais podem reduzir o risco de burnout parental e manter a saúde e o bem-estar tanto para si mesmos quanto para seus filhos com TEA.

Conscientização é a chave

Como já vimos aqui, é bastante comum que o foco constante seja na criança, afinal de contas ela precisa de cuidados específicos que demandam essa atenção. Porém, isso tende a invisibilizar a jornada dos pais, mães e cuidadores, que sofrem com a autocobrança, julgamentos e preconceitos da sociedade, fazendo com que se isolem e ignorem a necessidade de ajuda.

Por isso é necessário falar mais sobre a saúde mental parental, lembrando da importância de se ter uma rede de apoio firme e eficaz. Isso não é sinônimo de fraqueza. Procurar ajuda faz com que você esteja bem e saudável para ser o suporte que a sua criança precisa. Cuidar de você também é cuidar dela. O autocuidado não é luxo, é uma necessidade. Cuide-se.

Para saber mais sobre a importância da participação da família no desenvolvimento da criança com autismo, clique aqui.


Fontes

3 sinais de Burnout Parental

Burnout parental: quando os pais atingem a fadiga extrema

O estresse de pais e cuidadores de crianças com TEA

Beatriz Almeida Aguiar
Content Strategy

Formada em Letras pela Universidade Federal Fluminense em Niterói (RJ), migrou da Educação para a área de Tecnologia. Atua como Content Strategy na ODAPP Autismo.