Os benefícios da atividade física para pessoas com TEA

Já é de conhecimento da grande maioria das pessoas que a atividade física é importante e funcional na vida do ser humano, pois quando realizada de maneira adequada previne diversos tipos de doenças crônicas como hipertensão, obesidade, osteoporose, diabetes, doenças cardiovasculares e muitas outras. (KLAVESTRAND; VINGARD, 2009 apud LOURENÇO et.al, 2015).

Com isso, vários estudos estão sendo realizados para verificar a importância da atividade física em pessoas com o Transtorno do Espectro do Autismo (TEA), com distúrbios neurológicos e com algum déficit significativo. No entanto o enfoque deste texto será para pessoas com TEA.

Best e Jones (1974) apresentaram em seus estudos resultados referentes à Hidroginástica e à natação. Afirmaram que tais atividades foram praticadas por 30 minutos por crianças entre dois e quatro anos de idade e que geraram alguns resultados positivos. As atividades proporcionaram melhorias no comportamento motor bruto e também houveram melhorias em algumas escalas de avaliações como no Peabody Picture Vocabulary Test, e no Test Merrill Palmer Mental.

Já de acordo com Celiberti et al. (1997), crianças que realizaram ciclos de seis minutos de corrida e seis de caminhada no período de três semanas, obtiveram como resultado a diminuição da autoestimulação e a redução de 50% nos comportamentos repetitivos e estereotipados, após as corridas.

São inúmeros os estudos a respeito da atividade física, por isso cito apenas mais um, de Garcia-Villamisar e Dattilo (2010). Seu estudo se baseou em um ano de atividades de lazer, e o resultado foi significativo na diminuição do estresse. Vale ressaltar que sempre os estudos são apresentados para melhor veracidade, pois é de extrema importância observarmos suas implicações. A partir disso, pode-se concluir que os benefícios da atividade física são inúmeros e cada atividade contribuirá para um objetivo específico.

É importante pensar também nas adaptações de determinadas atividades. Visto que cada uma deve respeitar a singularidade do indivíduo, levando em consideração suas limitações e valorizando suas potencialidades. “A Educação Física Adaptada surgiu oficialmente nos cursos de graduação, por meio da Resolução número 03/87, do Conselho Federal de Educação, que prevê a atuação do professor de Educação Física com o portador de deficiência e outras necessidades especiais”. (CIDADE E FREITAS, 2002).

Diante disso, é importante também lembrar que na ODAPP vários profissionais podem acompanhar a evolução dos seus pacientes, cadastrando suas avaliações, programas e planos terapêuticos e coletando seus dados. O profissional de educação física é primordial para o desenvolvimento de pessoas com TEA, por isso juntamente com a plataforma pode potencializar seus resultados.

Obrigada por me acompanharem e até a próxima semana!

Referências

BEST, J.; JONES, J. Movement therapy in the treatment of autistic children. Australian Occupational Therapy Journal, Austrália, v.21, n.2, p.72-86, 1974.

CELIBERTI, D. A. et al. The differential and temporal effects of antecedent exercise on the self-stimulatory behavior of a child with autism. Research in Developmental Disabilities, Bethesda, v.18, n.2, p.139-150, 1997.

CIDADE, R. E.; FREITAS, P. S. Educação Física e Inclusão: Considerações para a Prática Pedagógica na Escola. Integração, v. 14 – Edição Especial – Educação Física Adaptada -, p. 27-30, 2002.

GARCIA-VILLAMISAR, D. A.; DATTILO, J. Effects of a leisure programme on quality of life and stress of individuals with ASD. Journal of Intellectual Disability Research, v.54, p.611-619, 2010.

LOURENÇO, Carla Cristina Vieira et al. Avaliação dos Efeitos de Programas de Intervenção de Atividade Física em Indivíduos com Transtorno do Espectro do Autismo.  Revista Brasileira de Educação Especial [online]. 2015, v. 21, n. 2., p. 319-328. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/S1413-65382115000200011>. Acesso em: 26 de jan de 2022.

Rebeca Collyer dos Santos – 
Redatora e Editora Chefe
do observatório do Autista.

Psicóloga formada pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, pós-graduada em Transtorno do Espectro Autista e pós-graduanda em Neurociência pelo Centro Universitário Internacional UNINTER, com cursos na área de Educação Inclusiva pela Universidade Federal de São Carlos. Atua como Psicóloga na clínica CAEP, em Poços de Caldas (MG), como Customer Success na empresa Odapp Autismo e redatora do blog Observatório do Autista.