Uma revisão sistemática da literatura acerca do estresse em famílias com filhos autistas

O trabalho tem como objetivo avaliar sistematicamente a produção bibliográfica constituída por relatos de pesquisa indexados nas bases de dados MedLine, PsycInfo e LILACS, produzida de 1991 a 2001, sobre o tema do impacto psicossocial em famílias de crianças com TEA. Essa revisão propõe-se a verificar a influência deste impacto, na forma de estresse parental, como fator que afeta os cuidadores diretos e contribui para a ocorrência de alterações na dinâmica familiar. A associação entre um perfil típico das famílias de crianças autistas e um nível socioeconômico, status intelectual, educacional e ocupacional, origem étnica ou religiosa não foi confirmada. Contudo, os estudos revisados ressaltam que, a despeito da falta de um padrão peculiar de resposta, a presença recorrente do achado da condição de ter como um de seus membros uma criança portadora de transtorno autista constituiu fonte eliciadora de estresse nos pais, que acarreta uma sobrecarga, principalmente, de natureza emocional. Embora a severidade do sintoma seja fonte de estresse na família, o prejuízo cognitivo foi o principal fator de estresse parental. Neste sentido, torna-se possível refletir que uma indeterminação quanto ao futuro, especialmente com relação aos comportamentos de independência, desde atividades de vida diária e prática da criança até vida social e escolar, suscitam nos pais questionamentos com relação aos cuidados de seus filhos no futuro, quando eles próprios não mais puderem provê-los.

Fonte: https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0102-79722005000300010&script=sci_arttext#nt01